OBrasil vive uma era de construções faraônicas. O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e a perspectiva da realização de grandes eventos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, estão transformando o País em um canteiro de obras. Somente para a Copa, a previsão do Ministério do Turismo é realizar investimentos da ordem de R$ 3 bilhões em obras que visam melhorar o atendimento ao turista.
Mas o desafio de entregar todas estas construções dentro do prazo é gigantesco, demandando, acima de tudo, planejamento e políticas que permitam, de fato, colocarmos o pé no acelerador do crescimento.
Uma pesquisa recentemente divulgada pela Fundação Dom Cabral com 259 empresas identificou que para 86% dos empresários a burocracia ainda é o grande entrave para implementarmos a infraestrutura necessária ao desenvolvimento do Brasil, gerando uma grande insatisfação, principalmente, com os portos (51% apontaram descontentamento), estradas (67%) e aeroportos (70%).
Os entrevistados indicaram que as duas principais medidas para que as obras sejam concluídas no tempo previsto são a punição exemplar dos corruptos e a redução da burocracia. Perguntados sobre qual deveria ser a prioridade dos investimentos públicos, a maioria, 61%, citou a malha rodoviária.
Um setor, em especial, será amplamente beneficiado pela explosão das obras de infraestrutura. Se as barreiras forem vencidas, a demanda por máquinas pesadas e mão de obra capacitada será gigantesca. A estimativa é de que o País precise de 140 mil operadores de máquinas. Encontrar formas de fazer girar esta indústria é, sem dúvida, essencial para que a burocracia e a corrupção não sejam os únicos obstáculos ao desenvolvimento.
Com sua capacidade jamais vista de integrar pessoas e negócios, a Internet ainda pode ter seu potencial melhor explorado para impulsionar segmentos específicos, como o da indústria de máquinas pesadas, por exemplo. A grande extensão geográfica do País e a falta de iniciativas e financiamentos que facilitem a renovação dos parques de máquinas leva as empresas a atrasar cronogramas de obras, seja pela indisponibilidade de maquinário para pronta entrega na sua região ou porque têm dificuldades em promover uma gestão mais otimizada das frotas.
Estruturar negócios colaborativos em nichos específicos é, então, uma saída estratégica para fomentar setores econômicos que ainda mal começaram a dar seus primeiros passos nas estradas digitais. E a formação de conglomerados empresariais, verticais ou horizontais, não é exatamente uma iniciativa inovadora.
No Japão, este modelo econômico, batizado de Keiretsu, surgiu como um meio para reestruturar a indústria do País depois da Segunda Guerra. Com o avanço do e-commerce B2B, temos acompanhado a ampliação dos e-marketplaces, que reúnem compradores e vendedores com interesses comuns e aproveitam desta concentração de audiência para fazer negócios, buscando financiamento para compra e venda de produtos e serviços, promovendo, assim, uma maior competitividade e oportunidades para desovar e renovar estoques.
Se até pouco tempo as empresas preferiam fazer negócios on-line em ambientes fechados, com seus próprios fornecedores, hoje a tendência, por conta do fortalecimento da economia e de um ambiente mais competitivo, é buscar novos fornecedores e uma maior gama de ofertas, abrindo espaço para que os e-marketplaces passem a ser determinantes na configuração de novas relações econômicas baseadas na interatividade em vários setores.
Reduzir os custos de negociação e diminuir o tempo gasto com a pesquisa de produtos e serviços são apenas algumas das vantagens que os e-marketplaces podem trazer. E este é um caminho que é irreversível na medida em que o acesso a Internet se populariza e alcança mercados que ainda não estavam conectados.
Entre as economias emergentes, o Brasil ainda não tem um e-marketplace como o IndiaMART.com (www.indiamart.com), que reúne 1,2 milhão de fornecedores de pequenas e médias empresas fazendo negócios com mais de 6,5 milhões de compradores em busca de serviços e produtos divididos em dezenas de categorias, como artes e presentes, peças automotivas, computadores, jardinagem, móveis, advocacia, engenharia, transportes e turismo.
Como um país de dimensões continentais e com infraestrutura ainda carente de investimentos, o Brasil pode encontrar no e-marketplace um modelo ideal para viabilizar sua expansão econômica em ritmo realmente acelerado. Um clique no mouse e mãos à obra!
Fonte : Agencia Estado