Apesar de o nome desaparecer, um novo logotipo fará uma referência visual à marca extinta.
Depois da fusão com a Azul, oficializada em 28 de maio deste ano, a marca Trip deixará de existir. Apesar de o nome desaparecer, um novo logotipo fará uma referência visual à marca extinta. A decisão foi anunciada nesta quinta-feira (30/08) pela Azul Trip S.A., holding controladora das companhias.
“O índice de rejeição em relação à marca Azul era mínimo. A lembrança da marca tinha uma penetração mais relevante que a Trip”, afirma José Mario Caprioli, presidente da Trip Linhas Aéreas. Segundo ele, foram feitos estudos nos mercados de maior relevância para descobrir o grau de aceitação de cada marca.
Estrategicamente também é natural a adoção de uma única marca. “Quando se tem um processo de fusão entre empresas e elas atuam nas mesmas regiões geográficas é normal manter uma marca única”, afirma André Castellini, sócio da Bain & Company e analista de aviação.
Na nova empresa, a Azul detém 66,6% de participação, enquanto os investidores da Trip ficaram com 33,3%. As companhias, que juntas somam 15% do mercado, continuam operando de forma independente até a aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), entidade federal responsável por avaliar se fusões e aquisições podem prejudicar a livre concorrência.
Enquanto as companhias aguardam aprovação para se unirem, apenas os aviões e o logotipo ganham a nova identidade inicialmente. Os uniformes e outras identificações visuais serão alterados apenas após o aval das entidades. As 56 das 58 aeronaves da Trip serão pintadas em cerca de 20 meses e apenas um Embraer e um ATR da Trip continuarão com as pinturas atuais. Já o logotipo ‘Azul’ terá um ‘U’ com azul mais claro para lembrar a Trip. Também como uma referência à marca extinta, os 8.700 funcionários serão chamados de “Tripulantes”.
Codeshare
As companhias receberam autorização da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para operar com compartilhamento de voos (codeshare). A previsão é que todos os voos das empresas estejam compartilhados até 30 de outubro deste ano somando ao todo 840 voos diários. Atualmente, 430 voos são feitos pela Trip. O codeshare da Trip com a TAM permanece, pois, além de atuar em aeroportos diferentes, segundo Caprioli, a parceria continua sendo lucrativa para a companhia aérea.
A estratégia deve oferecer mais bem-estar em termos de serviço, evitando atrasos e desconfortos, de acordo com Pedro Galdi, consultor de aviação da SWL Corretora. “Depois que a Anatel ficou mais agressiva com as empresas de telecomunicações, a Anac deve fazer o mesmo”, diz Galdi. Em compensação, em termos de custo de passagem, nada mudará para o consumidor, que continuará pagando os mesmos preços.
Rota internacional
Voos internacionais estão no radar da companhia, mas ainda não há previsão de quando eles devem acontecer. “Ainda temos muito a crescer em malha doméstica. No dia 10 de setembro vamos atingir 100 aeroportos, uma atuação no Brasil sem precendentes. Ainda precisamos melhorar o serviço em algumas cidades”, diz Caprioli. Nessa melhoria, ele cita o aumento de voos em algumas cidades, que às vezes contam com apenas um voo.
Fonte: Época Negócios