Assim como outros milhões de brasileiros, eu também faço parte da grande equipe que trabalha no setor de viagens e turismo do país. Por este motivo, posso afirmar com segurança que, mesmo que a nossa profissão oscile de vez em quando, ainda não consigo vislumbrar o dia em que ela não será mais necessária. Não digo isso apenas para manter motivados os meus colegas – ou a mim mesmo -, mas, sim, baseado em fatos.
No início da semana, foram divulgados os resultados da Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica do Turismo (Pancet), estudo empreendido pela Fundação Getúlio Vargas. Dentre os números apresentados, uma boa notícia: no ano passado, as empresas que atuam no trade turístico tiveram aumento de 18,3% em seu faturamento. Para uma área praticamente condenada por uma maioria esmagadora da população, eu diria que a atual situação é bastante favorável para nós.
Muito embora as redes sociais e os sites de compras coletivas sejam encarados como verdadeiros inimigos nossos, o estudo apontou, ainda, um crescimento de quase 6% no número de colaboradores que integram estas mesmas empresas, colocando as agências de viagens como líderes do setor na contratação de funcionários, seguidas pelas operadoras de turismo.
O estudo apontou uma variação média de preços elevada por parte das agências, atingindo os 11,6%, e revelou uma expectativa otimista dos empresários: 87% esperam que 2012 ofereça mais e melhores oportunidades de negócios, se comparado com 2011. Com a participação dos 50 principais diretores e executivos das empresas que compõem a cadeia de turismo nacional, a pesquisa teve como embasamento as 80 maiores firmas do setor, donas de um faturamento de R$ 50,9 bilhões apenas no último ano.
O levantamento comprova, ainda, a força do país no quesito turismo: quase 80 milhões de desembarques foram realizados no Brasil em 2011. No tocante a desembarques domésticos, os aeroportos de Cumbica e Congonhas, ambos em São Paulo, foram os que mais receberam turistas, registrando 8,8 milhões e 8,3 milhões de passageiros, respectivamente.
No que depender da vontade dos indivíduos de viajar, a profissão do agente de viagens continua segura. Após a Sondagem de Intenção de Viagem do Consumidor, também efetuada pela FGV, o Ministério do Turismo divulgou, no início do ano, que 34% das famílias pretendiam conhecer algum destino em 2011. De acordo com a PACET, 71% das pessoas se interessam por passear dentro do país, enquanto apenas 26% almejam conhecer o exterior – tópicos que, a bem dizer, as agências atendem muito bem.