É possível listar uma série de motivos para que alguém decida ir viajar. Para alguns, passar um tempo na praia e curtir o mar e muito sol simboliza o que seriam férias perfeitas; outros encontram o descanso em locais montanhosos, afastados da loucura das grandes cidades. Do mesmo modo, há também quem encare horas em um avião ou em um ônibus apenas para acompanhar eventos esportivos. Em meio a tantas razões, existe um segmento inteiro ganhando destaque: o turismo homossexual.
Por mais que o setor como um todo esteja aquecido, visitar algum destino sempre representa gastos extras. Entretanto, este não tem se mostrado um empecilho muito grande para as pessoas que topam qualquer aventura para participar de uma das quase 150 Paradas do Orgulho Gay que acontecem todos os anos no país – apenas na última edição, a cidade de São Paulo teve público estimado em 270 mil pessoas, de acordo com dados divulgados no mês de junho pelo Datafolha.
Se o evento é considerado um dos maiores do mundo, o Brasil também surpreende no número de homossexuais: com 192 milhões de habitantes, aproximadamente 18 milhões de pessoas (ou cerca de 10% da população) mantêm relacionamentos com indivíduos do mesmo sexo. Esta realidade é bastante expressiva para o país, já que, até o final deste ano, a expectativa é de que haja um aumento de 34% nas despesas com o turismo homossexual em solo brasileiro, o que, para nós, é muito positivo, tendo em vista que o número se mostra sete vezes acima da média mundial.
Para estimular ainda mais o setor, existem até hotéis construídos sob medida para este público. Com arquitetura e serviços diferenciados – o que inclui saunas gays e a possibilidade de aproveitar piscinas em que é permitida a entrada sem estar vestindo qualquer roupa – alguns são exclusivos para homens. Além de garantirem sigilo quanto à identidade dos hóspedes, estes estabelecimentos vêm para garantir um tratamento pouco encontrado em outros meios de hospedagem.
O mercado de cruzeiros marítimos é igualmente beneficiado pela quantidade de pessoas que integram o movimento composto por Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT). As ofertas para estes viajantes já estão 40% maiores, se compararmos com temporadas anteriores.
Analisando as estatísticas, podemos perceber que o público LGBT é extremamente importante para a economia brasileira e não apenas para a indústria de viagens e turismo. Anualmente, eles são os responsáveis por movimentar R$ 150 bilhões, entre a aquisição de produtos e serviços específicos. Também é visível a motivação que vem das pessoas no que diz respeito ao combate ao preconceito: são mais de 200 as organizações não governamentais nacionais que atuam em defesa do segmento.
