Mesmo com a evolução do mercado nos últimos 10 anos, especialistas apontam que o turismo de luxo cresce em ritmo lento no Brasil. Dentre os principais motivos para esta lentidão estão a alta carga tributária e a falta de mão de obra especializada, o que consome cerca de 30% da receita dos hotéis e afasta as grandes redes, conforme matéria publicada ontem pela redação do Diário do Turismo (http://bit.ly/UBUZHo)
Confira na íntegra:
Chegada das grandes marcas de hotéis dará fôlego ao mercado
O Brasil está atrasado em relação ao resto do mundo no quesito turismo de luxo, dizem especialistas. O segmento que cresce em ritmo lento poderia ganhar ainda mais fôlego com a chegada de grandes redes internacionais. No entanto, uma série de entraves, que vão desde a alta carga tributária até a falta de mão de obra especializada, afugenta os gigantes.
O mercado passou por uma importante evolução nos últimos 10 anos com a abertura de hotéis e aumento da profissionalização, mas o movimento não foi suficiente para alçar o Brasil às primeiras colocações nos rankings mundiais de turismo de luxo. De acordo com Martin Frankenberg, diretor da operadora Matueté, isso acontece pela ausência de ícones da hotelaria de luxo como a rede Four Seasons, por exemplo.
“O Brasil é um destino de marcas pequenas e pouco conhecidas. Essa característica tem o lado positivo, pois atrai o turista estrangeiro, que procura um destino diferente. Mas do lado comercial é ruim. Sem a presença de grandes marcas, o país não tem tanta visibilidade lá fora”, diz Frakenberg. De acordo com a Brazilian Luxury Travel Association (BLTA), quase metade (42%) dos turistas que buscam viagens de luxo são brasileiros.
Na avaliação de Nicolas Peluffo, proprietário do hotel Ponta dos Ganchos e ex-presidente da BLTA, o mercado teve uma ascensão significativa nos últimos 10 anos tanto em propriedades, quanto em clientela. “Graças a isso, o setor evoluiu em profissionalização e qualidade dos serviços, mas estamos muito aquém dos mercados mais desenvolvidas”.
Há cerca de uma década, a inauguração do hotel Ponta dos Ganchos, em Florianópolis – SC, na esteira da tendência global de hotéis de pequeno porte com atendimento diferenciado, abriu espaço para a abertura de dezenas de estabelecimentos no mesmo formato.
A Brazilian Luxury Travel Association (BLTA), entidade que reúne os mais exclusivos hotéis, resorts e operadoras de luxo do país, que nasceu em 2008 com 9 associados, hoje já engloba 24 estabelecimentos.
Perspectivas – De acordo com Peluffo, um dos principais obstáculos a serem superados, além da alta carga tributária, é a ausência de mão de obra qualificada, que consome cerca de 30% da receita dos hotéis. “O mercado deve continuar crescendo, mas de forma lenta”, diz Peluffo.
A presidente da BLTA, Melissa Oliveira, também é otimista quanto ao futuro do setor. “Tivemos um grande avanço na oferta de mão de obra com o crescimento das faculdades de hotelaria. Estamos em um bom caminho”.