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Crise de uns, união de outros

Assim como qualquer outro setor, o turismo também está sujeito a uma série de transformações. Sejam elas jurídicas, financeiras ou socioeconômicas, a verdade é que qualquer contratempo, por mais insignificante que pareça – apesar de estes casos serem raros ultimamente –,  tem força suficiente para afetar milhares de pessoas.

Recentemente, todos nós lemos nos jornais e na internet que a Tia Augusta, operadora com 39 anos de mercado, suspendeu suas atividades por não conseguir equilibrar sua saúde financeira, já abalada desde 2008. Como consequência, deixou em estado máximo de alerta os 500 clientes que já haviam fechado pacotes e que embarcarão – ou deveriam embarcar – até o próximo Carnaval.

Esta realidade, que impactou todo o mercado dada a tradição da empresa na indústria de viagens, se por um lado revela a fragilidade do setor, por outro aponta, como solução para esta mesma fragilidade, a retaguarda que as entidades representativas da rede de agenciamento e operações turísticas podem oferecer para as pessoas lesadas pela situação.

A Associação das Agências de Viagens Independentes do Interior do Estado de São Paulo, por exemplo, deu início a um intenso levantamento com todos os seus associados com o objetivo de verificar quais são as agências atingidas pelo fim das operações da Tia Augusta. Depois de ter em mãos o nome do passageiro, data de embarque, valor do produto e informações sobre o voo e meio de hospedagem, entre outros dados, a entidade visa minimizar o prejuízo causado aos consumidores e explorar alternativas para garantir a satisfação do maior número possível de viajantes.

A intenção é partilhada por outras empresas do mercado, como é o caso da Viagens Master e da RCA Turismo, ambas operadoras associadas à Associação Brasileira das Operadoras de Turismo, popularmente conhecida como Braztoa. As duas tornaram público o seu desejo de ajudar os envolvidos ao declararem que oferecerão preços de custo para as agências que tiverem documentos e demais meios de comprovar que, de fato, compraram pacotes com a Tia Augusta. Além de criar facilidades para os clientes interessados em financiar estas viagens, a RCA ainda garantiu que já está trabalhando com “tarifas net”, ou seja, sem comissionamento.

Incentivadas pela Braztoa, a expectativa é de que ainda mais empresas associadas colaborem com os clientes prejudicados por meio da disponibilização de descontos expressivos para os indivíduos que já haviam fechado sua viagem. Se adotado por todas, o reflexo seria praticamente instantâneo no setor, uma vez que a entidade reúne empresas de peso – apenas em 2011, foram responsáveis pela movimentação de mais de seis milhões de passageiros.

Apesar de desconfortável, ter de lidar com situações semelhantes, que envolvem suspensão ou falência de renomadas empresas do turismo, é inevitável. Resta-nos não apenas torcer para que todo o sistema se torne mais forte, já que a união entre os personagens que escrevem a história da indústria de viagens se faz extremamente necessária, mas, também, arregaçarmos as mangas e nos misturarmos, oferecendo nosso apoio e nossos ombros. O setor seria muito mais humano, digamos assim, se o lucro fosse deixado de lado e substituído por outra palavra, igualmente importante: solidariedade. 

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