Ao contrário do que algumas pessoas disseram durante o anúncio feito no Vale do Silício, o Graph Search do Facebook não é um concorrente do Google, uma vez que não sai por aí indexando conteúdo na web, apesar da continuidade da parceria com o Bing, da Microsoft. A novidade de Mark Zuckerberg se foca ao conteúdo consumido na rede social. E acredite, isso não é pouca coisa.
Com páginas de grandes empresas, check-ins em estabelecimentos, compartilhamento de fotos, vídeos, artigos e todo tipo de conteúdo, as informações disponíveis no Facebook são ricas. Adicione a tudo isso o aspecto social da busca, e descubra, por exemplo, “quem mora em São Paulo e gosta de futebol”, ou “quantas pessoas solteiras moram no Itaim e gostam de Star Wars”.
O Graph Search está centrado em procurar quatro tipos de coisas: pessoas, fotos, lugares e interesses. O objetivo é facilitar a conexão com quem compartilha os mesmos interesses, ou ainda oferecer conteúdo chancelado por amigos. É possível buscar por restaurantes que seus amigos já foram, vídeos que as pessoas da sua cidade assistem, ou até mesmo gente que gosta da mesma banda que você. A princípio, as pessoas só terão acesso ao conteúdo de amigos, marcas e informações “abertas” de outros usuários. Preocupado com a questão da privacidade, Zuckerberg disse que, antes de o sistema ficar disponível globalmente, o usuário será alertado para revisar o conteúdo que está disponível publicamente – desmarcando fotos ou “check-ins”, por exemplo.
Mas como isso afeta as marcas? Assim como o Google vê no G+ um poderoso incremento da busca e, consequentemente, das suas ferramentas de mídia, o Facebook deve em breve anunciar novas soluções de propaganda na rede. Provavelmente teremos a chance de apresentar páginas, conteúdo e ofertas às pessoas fazendo buscas específicas. Imaginamos, por exemplo, ser possível apresentar a página de uma imobiliária a quem busca fotos de apartamentos no Rio de Janeiro, ou ainda ofertar um CD (isso ainda existe?) para quem quiser saber quais amigos gostam de Alicia Keys. Saber quem comprou determinado produto antes de tomar uma decisão. Mas essas novidades devem ficar para um futuro próximo, num evento como foi o fMC (Facebook Marketing Conferece) em Nova Iorque em 2012.
De qualquer maneira, o anúncio é excitante. O Facebook passa a investir em ferramenta de busca, enquanto o Google se esforça em tornar sua busca mais social, e aumentar o uso do G+ por empresas e pessoas. Ainda que o Graph Search não concorra com o Google, ele se insere num contexto em que o Google quer ser social, e o Facebook quer melhorar sua busca. Uma hora ou outra eles se encontrarão.
Fonte: Social Agency
