Empreendimento ficará em Parelheiros e será voltado a jatos e taxi aéreo.
Será o primeiro aeroporto particular do país que poderá cobrar tarifas.
O ministro da Secretaria da Aviação Civil, Wellington Moreira Franco, autorizou na tarde desta quinta-feira (25) a construção de um novo aeroporto na capital paulista. O Aeródromo Privado Rodoanel será localizado em Parelheiros, no extremo sul da cidade, e seus construtores querem que ele entre em operação até o final de 2014. Como seu próprio nome diz, um dos atrativos será a facilidade de acesso em razão das proximidade com o rodoanel.
Este será o primeiro aeroporto de aviação geral (jatos executivos e taxi aéreo) do país autorizado a cobrar tarifas. Ele se enquadra em decreto assinado em 2012 pela presidente Dilma Rousseff que autorizou a exploração comercial de aeródromos privados voltados à aviação geral. Atualmente, o país tem aeroportos públicos (abertos ao tráfego aéreo de qualquer aeronave), e os privados, nos quais só os proprietários e pessoas autorizadas pelos donos podem fazer pousos e decolagens.
O aeroporto ficará localizado em uma área de 4 milhões de metros quadrados e terá uma pista de 1,8 km. Serão criados 33 lotes destinados à implantação de hangares. Segundo André Skaf, um dos proprietários da Harpia Logística, que vai construir o aeroporto, a ideia é que o empreendimento esteja aberto também a voos internacionais.
Para começar a operar, no entanto, será necessário ainda obter licenças ambientais da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo e da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. Segundo Skaf, o estudo de impacto ambiental (EIA-Rima) já foi realizado, o que deverá adiantar o trâmite.
Tanto o ministro Moreira Franco como o governador Geraldo Alckmin, também presente ao evento, saudaram a iniciativa de Skaf e seu sócio, Fernando Augusto Botelho. Moreira Franco afirmou que também deverão ser assinadas nos próximos dias autorizações para outros dois empreendimentos: um aeroporto em São Roque e um heliponto no bairro do Jaguaré, na Zona Oeste de São Paulo.
Ele afirmou que estudos foram realizados para determinar que os empreendimentos não oferecem riscos aos voos que já acontecem nos aeroportos existentes na Grande São Paulo, que são Cumbica, Congonhas e o Campo de Marte. A concorrência pelo espaço aéreo foi o motivo que levou o projeto de um aeroporto em Caieiras, na Grande São Paulo, receber uma negativa por parte da Aeronáutica.
Congonhas
O diretor-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo Guaranys, afirmou que a autorização para o novo aeroporto não significa que os voos de aviação executiva que existem hoje em Congonhas serão transferidos. “Esse novo aeroporto será mais uma opção” disse. O ministro Moreira Franco também adotou a mesma postura e falou que serão os próprios usuários que vão escolher onde voar.
Segundo o ministro, em 15 dias o governo federal pode anunciar mudanças em Congonhas. No início do ano, a SAC abriu uma consulta pública sobre a política de slots, distribuição de horários para pousos e decolagens, do aeroporto de Congonhas. O texto da consulta pública deixa claro que o governo federal pretende dar mais espaço para empresas que realizem voos regionais.
Alckmin afirmou que há necessidade de investimentos no modal aeroviário. “O modal que mais cresce no país é aerovia. Precisa de investimento privado”, disse. O empresário André Skaf afirmou que a autorização dada nesta quinta pelo ministro vai ajudar o desenvolvimento da Grande São Paulo. “Sempre escutei falar que a cidade e o Estado de São Paulo precisam de novos aeroportos. Agora isso está se configurando”, completou.
Fonte: Globo.com