A Royal Air Maroc só começa a voar para São Paulo a partir de 9 de dezembro deste ano. Mas o diretor geral da empresa para no País, Mehdi El Yaalaoui, afirmou à ANBA que o plano de negócios da companhia aérea já prevê voos diários para o País. A meta da Royal Air Maroc é encerrar 2014 com os três voos semanais inicialmente planejados, aumentar a frequência para cinco voos por semana a partir de 2015 e ter voos diários a partir de 2016, afirmou Yaalaoui na festa de lançamento da empresa realizada na noite de sexta-feira (20), em São Paulo.
“Estamos investindo e não esperamos fazer dinheiro no nosso primeiro ano. É quase impossível conseguir isso no começo da operação. No segundo ano vamos aumentar nossa presença e ter cinco voos semanais no País e, no terceiro ano, chegar a voos diários”, afirmou.
A Royal Air Maroc operou voos no Brasil até 1992, quando seu destino no País era o Rio de Janeiro. Agora, a companhia aposta que sua operação em São Paulo será mais lucrativa. “Já operamos um voo para o Rio de Janeiro (até 1992) e paramos por alguns motivos. A empresa não tinha o tamanho que tem hoje e não tínhamos nenhum hub, como temos hoje em Casablanca. Mas agora, o tráfico mundial com o Brasil cresce e é muito diferente de 20 anos atrás. E São Paulo é um mercado muito forte, muito mais interessante do que o Rio de Janeiro”, afirmou.
Para Yaalaoui, nem a presença das grandes empresas aéreas árabes será um desafio a sua operação brasileira. Emirates Airline, de Dubai, Qatar Airways,de Doha, e Etihad Airways, que tem sede em Abu Dhabi, atuam em outra região, na avaliação dele.
“As outras empresas árabes não são nossas concorrentes diretas. Às vezes são até parceiras nossas porque não voamos para a mesma região. Estamos no meio do caminho para o Oriente Médio e nosso foco está em levar turistas brasileiros para o Marrocos, depois para a Europa e para a África. As europeias são as nossas concorrentes”, disse. Segundo o diretor geral, a empresa decidiu voltar a operar no Brasil porque as pesquisas que a companhia fez e as avaliações de tráfego aéreo internacional sempre mostraram o Brasil como um destino em que a Royal Air Maroc poderia ter sucesso devido ao tamanho do mercado e o potencial a ser explorado na viagens para a África e a Europa.
Yaalaoui disse que a volta de um voo direto entre o Brasil e o Marrocos poderá ampliar as relações comerciais entre os países. “Hoje o Brasil é quinto maior parceiro comercial do Marrocos e com este voo essa cooperação pode aumentar. Um voo direto sempre torna as relações comerciais mais fáceis”, afirmou. Ele lembrou, porém, que a empresa aposta no potencial de crescimento de turistas brasileiros no Marrocos e vice-versa. “Quando anunciamos o voo para o Brasil, os marroquinos ficaram animados não apenas com a possibilidade de ver a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, mas também porque eles veem o Brasil como um destino turístico”, disse o executivo. Yaalaoui prevê que, enquanto a empresa operar três voos semanais para o Brasil, transportará 22 mil passageiros por ano.
Os voos da Royal Air Maroc partem de Casablanca com destino a São Paulo às segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras. As viagens para Casablanca serão às terças, quartas e sextas-feiras. No primeiro ano de operação, a empresa usará um avião Boeing 767-300, mas Yaalaoui afirmou que a rota deverá receber o novo Boeing 787, mais moderno, em 2015. A empresa voa, atualmente, para Argélia, Tunísia, Itália, Portugal, França, Espanha, Dinamarca, Suécia, Alemanha, Estados Unidos, Canadá, Rússia, Senegal, Suíça e Arábia Saudita.
