Será o “Terceiro Polo Ambiente”, com preservação de uma área de 2,5 milhões de km; objetivo é garantir preservação da área
A China está considerando a criação de um enorme parque nacional no território do chamado platô tibetano, a fim de garantir a preservação e integridade do chamado “último pedaço de terra pura”.
O planalto do Tibet, o maior e mais alto do mundo, é cercado por montanhas maciças e muitas vezes ganha a referência como o “terceiro pólo do mundo”, porque contém os maiores campos de gelo fora do Ártico e da Antártida. Abrange uma vasta área de mais de 2,5 milhões de quilômetros e poderia fazer o maior parque nacional do planeta, se o projeto ganhar corpo.
Neste verão, o governo da Região Autônoma do Tibet ea Academia Chinesa de Ciências (CAS) pretendem conduzir um levantamento em grande escala para desenhar a fronteira da instalação, apelidada de Parque Nacional do Terceiro Pólo. Os pesquisadores vão empregar novas tecnologias, incluindo drones e satélites de observação, para capturar dados científicos mais precisos.
Os céticos questionam a viabilidade do projeto, alegando que o parque seria impossível de ser gerenciado devido ao seu tamanho sem precedentes. O professor Liu Jingshi, pesquisador do Instituto de Pesquisas do Planalto Tibetano do CAS, lembra que o governo norteamericano levou décadas para descobrir como administrar Yellowstone, que é aproximadamente 250 vezes menor.
Outro obstáculo poderia ser o fato de que o planalto tibetano é povoada com cerca de 7,8 milhões de tibetanos nativos. Ao estabelecer um parque nacional no território, o governo da China iria limitar uma ampla gama de atividades econômicas
“Algumas pessoas perderão seus empregos, as vidas de muitos podem ser afetadas”, disse o professor Yi Chaolu, do Instituto de Pesquisa Tibetana do Planalto, um dos técnicos que já manifestou posição contrária.. “Estabelecer o parque ou não pode ir além da ciência. É também uma questão política”, afirma.
A implementação do projeto também significaria o fim da maioria, de toda a mineração no Planalto Tibetano, que é rico em recursos naturais, incluindo reservas de petróleo e gás.
Assim o parque protegeria as cabeceiras dos três rios mais extensos da Ásia, o Yangtze, Amarelo e Mekong, todos originários do planalto de Qinghai-Tibet, e que fluem por um comprimento combinado de mais de 16.500 km.
Um ditado chinês afirma que “a água do Tibete salvará a China”. Os rios do Tibet formam uma linha de vida para milhões de pessoas na China, Índia e outros países asiáticos.
FONTE: TRAVEL3 / ANTONIO EURYCO
http://www.travel3.com.br/noticia.php?no-ultimo-pedaco-de-terra-pura–no-tibet–china-quer-o-maior–parque-14553