
São muitas as imagens inspiradoras que nos remete à terra dos aborígenes e dos cangurus. Apesar da distância, motivos não faltam para uma viagem ao maior país da Oceania. Difícil é escolher entre as maravilhosas praias que encantam surfistas do mundo inteiro, as atrações de Sydney, a sofisticação de Melbourne, o Ayers Rock, o Outback, a Tasmânia, a Grande Barreira de Coral e muito mais
Por Roberto Maia
Do outro lado do mundo, a Austrália – uma imensa ilha continente – reúne atrativos capazes de empolgar turistas em busca dos mais diferentes tipos de interesse, seja apenas diversão e lazer ou aventura e esportes radicais. Para nós brasileiros é bem longe, mas pense que a visita à terra dos cangurus compensará cada hora passada dentro dos aviões durante a viagem. Uma das nações mais ricas do mundo, o maior país da Oceania tem um clima parecido com o do Brasil e uma geografia com centenas de praias e paisagens de tirar o fôlego como o imenso deserto Outback ou as geleiras das Snowy Mountains.
Entre os motivos que tornam a Austrália um destino diferente e interessante estão os seus estranhos animais nativos. Quem nunca ouviu falar do perigoso e carnívoro demônio-da-tasmânia? Ou dos sonolentos e fofinhos coalas? Os poderosos e enormes crocodilos. Os simpáticos cangurus, animal símbolo do país. E tem ainda os sariguês de pernas curtas, o dingo (cachorro selvagem), o wallaby, o ornitorrinco e pássaros estranhos como o kookaburra.
Tudo isso mais um povo hospitaleiro, variedade multicultural, segurança e uma qualidade de vida que poucos países oferecem. Por essas e outras razões, atrai tantos jovens com mochilas nas costas em busca de cursos de idiomas, pós-graduação e trabalho. Sim, porque a Austrália é um dos poucos lugares que permitem que estrangeiros trabalhem enquanto estudam.
Cidade mais conhecida da Austrália, Sydney deve ser o início de uma viagem ao país. Cosmopolita em sua essência, acolhe muitos habitantes não australianos – cerca de 30% dos seus habitantes.
Alegre e festeira, deve ser curtida com calma. A cidade lembra muito o Rio de Janeiro, não apenas pelo visual e as praias, mas pelo estilo de vida relaxado e tranquilo. Circundada pelo Oceano Pacífico a leste, as Blue Mountains a oeste, o Rio Hawkesbury ao norte e o Parque Nacional Royal ao sul, Sydney oferece muitas opções de programas e passeios, combinando arte e cultura, bons restaurantes e vinhos de primeira, natureza e vida ao ar livre, compras e vida noturna agitada.
O cenário da baía de Sydney com o icônico prédio da Opera House e a ponte Harbour é encantador. Comece seu roteiro exatamente nesse ponto onde tudo acontece. Ali foi fundada a colônia de Sydney que deu origem ao resto do país. Então, embarque em uma balsa na Circular Quay – o principal terminal de balsas de Sydney – e desfrute do visual.
Os dois símbolos da cidade citados no parágrafo anterior, a Opera House e a Ponte Harbour merecem comentários mais detalhados.
A Opera House tem um design espetacular, diferente de todos os edifícios que conhecemos. Projetada pelo arquiteto dinamarquês Jorn Utzon, que se inspirou nas velas de um veleiro, foi concluída em 1973. É considerada um patrimônio mundial da arquitetura devido a sua beleza e formas. Sem dúvida, o edifício marca o cenário e se identifica com a maior cidade australiana. Ela está situada no lugar mais turístico de Sydney, o chamado Daling Harbour, um dos locais favoritos para o lazer e entretenimento em família. Ali estão diversos restaurantes com vista para os terminais de barcos turísticos e transatlânticos. Há, também, o Jardim Chinês da Amizade – Chinese Garden -, uma área agradável que celebra a amizade entre a China e Sydney. Um típico salão de chá chinês é aberto para visitação. Na região também está Chinatown, com muitas lojas, restaurantes e cafés.
Outro ponto que simboliza Sydney é a famosa Ponte Harbour, que no Réveillon é o ponto escolhido para marcar a entrada do novo ano com muitos fogos de artifício e onde o mundo começa as comemorações por conta do fuso horário de 12 horas. Inaugurada em 1932, a Harbour Bridge foi um marco econômico e de engenharia na época. Ao passar por ela, vislumbra-se todo o esplendor da baía e a Opera House de vários ângulos. Esportistas e aventureiros em busca de adrenalina costumam escalar os 134 metros de altura da ponte. Quem quiser pode optar pelo Bridge Climb, escalada em uma visita guiada de duas horas. Do alto o visual da cidade é fantástico. A atividade é totalmente segura, pois as pessoas caminham através dos arcos presas por cabos de aço à estrutura da ponte. Caso prefira algo mais calminho, apenas cruze a ponte caminhando do sul ao norte, desde o The Rocks até à estação de trens de Milsons Point.
Voltando aos atrativos turísticos da cidade, não deixe de visitar o Aquário de Sydney, um dos mais importantes e impressionantes do mundo. Localizado em Daling Harbour, o imenso aquário reúne cerca de 12 mil animais, incluindo os da vida aquática da Austrália, tais como grandes tubarões e raias, ornitorrincos, focas, pinguins e crocodilos. A principal atração do lugar é um túnel de vidro sob a água, onde os visitantes podem ver os tubarões de um outro ângulo de visão.
Seguindo em direção ao centro da cidade, também chamado de CDB (Central Business District), irá encontrar espaços tranquilos como o Centennial Parklands, o Hyde Park, o Domain e os Royal Botanic Gardens.
Bem no meio do CDB está a Sydney Tower. O melhor lugar para observar a cidade do alto, no Observatory Deck, também oferece programas que podem ser apenas um tranquilo jantar no restaurante panorâmico e giratório ou até algo mais radical como o Skywalk, uma caminhada nas alturas pela parte de fora da torre. Claro que preso a um cabo e sobre um chão de vidro.
No Hyde Park, maior parque da cidade e muito frequentado pelos habitantes de Sydney nos finais de semana, está a Catedral de Santa Maria (St. Mary’s Cathedral). Construída em 1868 para a comunidade católica de Sydney, é a sede do arcebispado e encontra-se no mesmo lugar onde foi erguida a primeira capela católica na Austrália. Edificada em estilo gótico do renascimento, evoca as grandes catedrais medievais da Europa.
Para conhecer as origens de Sydney vá até o The Rocks, a parte mais antiga da cidade. Foi lá que o primeiro assentamento europeu no país teve início. O lugar é famoso pelas suas ruelas estreitas de pedra, com grande quantidade de cafés, restaurantes e pubs. Neles, sempre irá encontrar bandas tocando durante toda a semana. É um dos locais preferidos para as animadas happy hours após o trabalho.
O mais antigo edifício de Sydney, o Cottage Cadman, está no The Rocks. Construído em 1816, funcionou como uma oficina para os navios e, atualmente, é utilizado como centro de informação do Parque Nacional de Sydney Harbour.
Nos finais de semana é realizado um mercado – tipo feirinha – onde são comercializadas peças feitas à mão e artesanato. É bastante frequentada por turistas e moradores locais.
The Rocks também abriga um outro marco da história de Sydney, o Orient Hotel. Erguido em 1844, hoje é um conhecido pub. Todas as noites, o restaurante, a discoteca, o bar e até a rua ficam repletas de gente para beber e ouvir música. Durante o dia é um famoso espaço onde amigos se reúnem para tomar cerveja e conversar.
Os arredores de Sydney também estão repletos de atrações – florestas, parques e praias – interessantes. As Montanhas Azuis – The Three Sisters – estão entre os locais mais procurados. Os três picos rochosos – Três Irmãs – podem ser vistos a partir do mirante de Each Point, local que possibilita a observação panorâmica do parque.
Se você é daqueles que não dispensa uma boa praia, não deixe de conhecer as famosas praias Bondi Beach, Manly Beach e Palm Beach, muito procuradas por surfistas. Aliás, em fevereiro – dias 7 a 15 -, Manly Beach receberá o Aberto da Austrália de Surfe, um dos eventos mais importantes do país.
A SEGUNDA MAIOR CIDADE DA AUSTRÁLIA
Um pouco menor do que Sydney em população, Melbourne, no estado de Victoria, é a segunda maior cidade da Austrália. Com pouco mais que 4,5 milhões de habitantes vem apresentando crescimento constante nos últimos anos, principalmente por causa do seu enorme mercado de trabalho. As sedes das maiores empresas australianas e multinacionais estão no centro da cidade e curiosamente dentro de um retângulo perfeitamente desenhado. Fora deste retângulo, a cidade torna-se baixa, com construções de um ou dois andares no máximo. E é bem grande, tanto que para percorrer seus subúrbios de um extremo ao outro gasta-se horas andando de carro. Para se ter uma ideia, saiba que ela é cinco vezes maior que a Grã-Bretanha e duas vezes maior que a França.
Melbourne não tem muitas montanhas ou belezas naturais servindo de pontos de referência. Sua paisagem é bastante repetitiva, porém tem estilo e sofisticação. O Rio Yarra divide a cidade em duas metades. Na parte leste, chamada de Southbank, estão os restaurantes, cafés e o Crown Intertainment Complex, espaço que reúne lojas de grifes, restaurantes, cinemas e cassino que funciona 24 horas. Vale à pena fazer um pequeno cruzeiro pelo rio.
Nos últimos 25 anos, a cidade recebeu muitos imigrantes vindos de todas as partes do globo. O resultado dessa mistura está por todas as partes, mas pode ser melhor observada e sentida na culinária. Melbourne tem mais de 3 mil restaurantes, cafés e bares de cerca de 70 diferentes nacionalidades. Uma rua inteira concentra restaurantes italianos, a Lygon Street. Conhecida como Little Italy, é o lugar certo para quem quiser comer uma deliciosa massa italiana. Localizada no bairro de Carlton – berço da colonização italiana em 1950 -, tem restaurantes, bares e cafés com mesas na calçada. Já na Brunswick Street irá encontrar restaurantes especializados em diferentes culinárias, de franceses a tailandeses.
As principais atrações turísticas estão perto do centro e para chegar até elas há uma extensa malha de bondes. Uma boa pedidas é pegar o City Circle Tram, um bonde que circula gratuitamente pelo centro em intervalos de 30 minutos. Um outro bonde, o Tram Car Restaurant, famoso desde os anos 1920, foi todo reformado e transformado em restaurante. Ele liga o centro ao bairro de St. Kilda, lugar famoso pelas praias e arquitetura em estilo vitoriano. Bastante concorrido, é necessário fazer reserva antecipada.
Entre os pontos de interesse turístico da cidade estão o Royal Botanic Gardens, uma vasta área verde localizada quase no centro da cidade; e o Queen Victoria Market, localizado na Victoria St., a poucos minutos de bonde do centro. Considerado um dos maiores mercados do mundo, é preciso dedicar toda uma manhã para explorar seus corredores.
No centro de Melbourne estão diversos museus, galerias de arte, cinemas, construções antigas e modernas, além de charmosos cafés, restaurantes e shoppings. Inclua no roteiro visita ao Zoológico e ao Jardim Botânico. Valem à pena.
Melbourne é também um excelente oportunidade para as compras. A cidade tem uma variedade enorme de lojas, onde se encontra praticamente de tudo. Entre as opções está o espetacular Melbourne Central, um complexo com mais de 180 lojas localizado em frente à Biblioteca Municipal, no centro.
Se estiver de passagem pela cidade em uma sexta-feira terá a oportunidade de ver e participar de algo comum entre os locais. Pubs estão espalhados por todas as partes e nesse dia, após o horário de trabalho, são literalmente invadidos por pessoas em busca de confraternização e cerveja. Pura descontração onde prevalece o espírito de amizade dos australianos.
Distante cerca de 3 horas de Melbourne está Great Ocean Road, um dos lugares mais bonitos da Austrália. Uma estrada à beira mar com belas falésias que recortam a costa formando arcos e cavernas marinhas. Pilares que emergem do mar como estátuas gigantes são conhecidos como os doze apóstolos. A cidade oferece, também, vida noturna intensa e bons restaurantes.
Outras possibilidades de passeios pelos arredores da cidade são Phillip Island – que possui colônias de pinguins, coalas, cangurus, focas e um mar espetacular; Bells Beach – uma das praias mais famosas para surfe no país; Blue Dandenong, Cattle farm, Sheep Shering e Puffing Billy – passeio em locomotiva à vapor pelos campos ao norte; Grampians National Park – parque nacional com montanhas, desfiladeiros e a belíssima McKenzie Falls; Mt.Buller – famosa estação de esqui e esportes de neve.
Acredite, você sairá de Melbourne com vontade de voltar para lá um dia.
ESPETÁCULO NATURAL NA GRANDE BARREIRA DE CORAIS
Um dos principais atrativos naturais da Austrália, a Grande Barreira de Corais, no litoral de Queensland, é passeio imperdível. Seja para quem vai mergulhar – com cilindro ou snorkel –, apenas passear de barco com casco de vidro ou fazer um voo panorâmico sobre o imenso recife. Com 2,3 mil quilômetros de extensão é o maior sistema de recife de corais do mundo.
Nessa região está Whitsundays, um conjunto de 74 ilhas imaculadas, onde apenas oito são habitadas. Entre palmeiras, areias brancas e águas de coloração verde-azuladas e quentes a vida marinha se apresenta de maneira espetacular. Os corais têm as cores do arco-íris. Escolha entre a pesca recreativa, passeio de veleiro ou apenas relaxar à beira-mar.
Em Heron Island, uma ilha no recife de corais, uma novidade está chamando a atenção dos turistas. O I-SPY, um novo semissubmersível que permite aos visitantes apreciar as maravilhas da Grande Barreira de Corais sem se molhar.
A pequena cidade de Cairns é boa opção para servir de base para a descobertas que a região proporciona. Além da experiência na Grande Barreira de Corais, aproveite para subir de teleférico até Kuranda e fazer o passeio de trem pelo vale que é repleto de cachoeiras. Ou tirar um dia para ir a Port Douglas e ao Daintree National Park, considerada a floresta com maior diversidade de plantas por metro quadrado no planeta.
Lembre-se que a Austrália é muito grande e é sempre melhor concentrar uma visita em alguns locais, o que economiza tempo e dinheiro nos deslocamento. E os atrativos estão em diversos pontos do país. Quando estiver programando seu roteiro de viagem, leve em conta seus gostos e interesses.
FONTE: REVISTA QUAL VIAGENS
http://qualviagem.com.br/australia/